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Digno de Nota

quarta-feira, 30 de março de 2011

"A MÃO DE FÁTIMA" (Ildefonso Falcones)

- É a mulher mais bela da Terra - disse-lhe Hernando. - Quanto esperei este...!
Mas Fátima não o deixou continuar: ergueu ambas as pernas até cingi-las à sua cintura, ficou suspensa nele e se moveu delicadamente... 
Hernando, teso, com os músculos brilhando de suor, a segurou pelas costas, e ela se arqueou, contorcendo-se em busca do prazer. Fátima impôs o ritmo: escutou com atenção seus ofegos, seus suspiros e seus inteligíveis sussurros; parou em várias ocasiões e lhe mordiscou os lóbulos das orelhas e o pescoço, falando com ele para aplacar seu ímpeto, prometendo-lhe o céu, para depois, de novo, iniciar uma rítmica dança...
Pag. 317

"A Mão de Fátima" é um épico histórico escrito pelo autor espanhol Ildefonso Falcones. O titulo do livro engana, e se você quer conhecer o verdadeiro significado de A Mão de Fátima, leia a apresentação que fiz AQUI. Primeiramente devo alertá-los que este post será longo, pois ainda estou muito ligada ao livro e gostaria de descrever suas  767 páginas da forma que ele realmente merece. Por mais que eu tente, jamais conseguirei transmitir o que esse livro representa. Ele é tudo e mais um pouco. 

Como resenhar uma vida inteira em poucas palavras? Sim, nessa maravilhosa história iniciamos nossa jornada ao lado de Hernando aos quatorze anos, e terminamos quando ele está com aproximadamente sessenta. Uma trama complexa e intrincada que  envolve o leitor de maneira irremediável. 
~~~*~~~
Juviles era uma das aldeias distribuídas por Serra Nevada. Ali viviam, como em outras aldeias, uma comunidade de mouriscos. Entre eles, encontra-se o jovem Hernando, um rapazinho de cabelos castanhos e brilhantes olhos azuis. A maioria dos mouriscos usavam dois nomes: o cristão e o muçulmano. Hernando, no entanto, era simplesmente Hernando, ainda que no povoado zombassem dele ou o insultassem chamando-o de "nazareno".
Até seu padrasto, Brahim, se referia a ele; com ódio e desprezo, pela alcunha de Cão Nazareno - o bastardo cristão. Um dia sua mãe, Ashia, se vira obrigada a explicar-lhe a razão de tal apelido. Ela lhe contou que, quando menina, havia sido violentada pelo Cura do povoado onde vivia. Ele era fruto dessa desonra e, por isso, o chamavam de nazareno, pois era filho de um sacerdote cristão.

No ano de 1568 a nova pragmática real que obrigaria os mouriscos a se vestir como cristãos, a abandonar os uso da língua árabe, seus costumes e cultos, deu inicio à rebelião dos muçulmanos contra a coroa espanhola.
Foi obrigado a amadurecer rapidamente.  Hernando precisou decidir em que lado da batalha lutar, ele presenciou massacres, crueldades e sofrimentos sem fim. Durante o ápice da revolta, Hernando usou de sua jovialidade e inteligência para encontrar uma forma de defender os interesses de seu povo. Ele conquistou o respeito e a afeição dos mouriscos, provou seu valor como um fiel muçulmano e caiu nas graças do rei erigido pelo povo. Em meio à violência, fome e crueldade da guerra, Hernando encontra o amor ao salvar Fátima, uma jovem viúva, da morte.

Mas o ódio e a inveja de seu padrasto é antigo e profundo. Brahim não está disposto a deixar que o "nazareno" seja feliz, e direciona todas as suas forças para tomar Fátima para si. No calor da batalha e com os ânimos exaltados, Hernando acaba provocando o ódio e conquistando mais inimigos.
O poder mudou de mãos, e Hernando perdeu a proteção do antigo rei. Agora, voltava a ser o "Cão Cristão" e sua sorte estava nas mãos de seu maior inimigo, Brahim. O destino não foi benevolente com ele, fora vendido como escravo para um corsário, seria obrigado a ser o amante de um homem execrável. Agora a morte era sua única esperança...sua única certeza.

Porém, as forças dos mouriscos não foram suficientes para lutar contra a coroa. Após a derrota nos campos de batalha, Hernando escapou de seu cativeiro, mas ele e sua família foram obrigados a integrar o êxodo em direção a Córdova. 

Nesta cidade próspera, Hernando reinicia sua luta em busca da dignidade e uma forma de continuar a viver dentro de sua cultura e religião. Ele não quer mais lutas e mortes, e concentrará todos os seus esforços para tentar conquistar a tolerância religiosa e a convivência de muçulmanos e cristãos. Iniciou sua jornada trabalhando em um curtume, e depois usou seu amor e talento com os cavalos para se reerguer,  conseguiu um bom trabalho nas cocheiras do rei Felipe II.
Superou as adversidades que a vida lhe impôs e, finalmente, se entregou a tão avassaladora paixão por Fátima. 

Ele havia trilhado um longo caminho: a orfandade, a guerra, a escravidão nas mãos de um corsário e a deportação para terras estranhas em que não tinham encontrado senão ódio e desventura. A pobreza e o duro trabalho no curtume; a errância e a volta à comunidade; a sorte nas cocheiras até tornar-se o membro mais importante entre os seus, e agora...

Novamente se encontrava em desgraça. Para servir ao seu povo, ele teve que fingir ser um cristão-novo, convertido. Sua família,  seus vizinhos e seus irmãos na fé o odiavam, pois para eles, Hernando era um traidor do verdadeiro Deus e do profeta. E mesmo sendo alvo de preconceitos, humilhação e chacota, ele conseguirá se entregar e viver novamente um amor sem limites.
O que lhe dava forças, era sua fé e a mão de Fátima, amuleto que o vinculava à mulher que sempre amou. Ele ainda acreditava na máxima que o conduziu até ali..."A Morte é esperança certa".
~~~*~~~
Ildefonso Falcones tem o dom de escrever de forma elegante e que emociona, somos capazes de sentir o cheiro dos cavalos, o torpor causado pelo haxixe, a dor da perda e o arrebatamento que o prazer proporciona.
Ao contrário do que eu pensava, esse livro não é dedicado somente à guerra e à intolerância. A Mão de Fátima é, do inicio ao fim, uma homenagem ao amor de um homem e uma mulher. Em nenhum momento, mesmo durante o sofrimento da guerra, a violência e a dor do cerceamento de sua fé, Hernando deixou de expressar e se entregar à paixão avassaladora que sentia por Fátima. 
E o que mais me surpreendeu, foram as cenas de amor e sexo que o autor nos presenteou. As mulheres habituadas a ler romances, devem concordar comigo, que os homens não se dedicam a escrever cenas  românticas e eróticas. Pois bem, Ildefonso Falcones o fez! Esse não é o foco principal do livro, porém o autor construiu cenas de amor muito eróticas e excitantes. Da mesma forma, escreveu as cenas duras e cruéis, onde conseguimos sentir toda sua repulsa e sofrimento do sexo forçado...coagido.

Uma história lindíssima, que provoca desde os mais ternos sentimentos aos mais inquietantes e violentos. Em muitos momentos me senti feliz ou me peguei rindo com as conquistas de Hernando e Fátima, em outros, me senti ultrajada, enraivecida, e profundamente indignada. É como disse antes, o autor escreve de forma vivida e impactante.

Hernando vive em um país dividido entre duas religiões; os cristãos, que governam a Espanha e possuem o apoio incondicional da igreja católica  e da inquisição; e os muçulmanos, chamados de mouriscos, que mesmo sob o risco de serem mortos não abandonam sua fé no profeta Maomé. 
Ele vive à margem dos dois mundos, não é aceito pelos muçulmanos, pois seu pai era um padre cristão. Aos quatorze anos, sua mãe fora violentada por um sacerdote; e Hernado carrega a herança, o estigma desse ato de violência...seus grandes olhos azuis. Entre os mouriscos, ele é conhecido como o Nazareno....o filho sujo de um cristão. Para os cristãos, ele é apenas mais um muçulmano, odiado por causa de sua cultura e costumes de sua família. Foi educado e iniciado em ambas as religiões, mas seu coração e sua verdadeira crença é a muçulmana. Ele jamais abandonou seu Deus e seus irmãos.

"A Mão de Fátima" mantém um ritmo intenso do início ao fim. O autor ilustra com muita veracidade  o conflito entre muçulmanos e cristãos na Espanha do século XVI. Conflito este, que desempenhou um papel importante na decisão de expulsar os mouriscos do país e que dizimou aproximadamente 1/3 desse povo.
A fidelidade histórica e o relato apaixonante dos episódio de xenofobia, que compõe a história da Espanha, fazem de A Mão de Fátima um épico excepcional. Falcones apresenta ricas e belas descrições das montanhas e vales espanhóis, a mesquita de Córdova profanada pelos cristãos e as ruas do antigo bairro árabe. 

Um emocionante relato de amor e ódio, crueldade e benevolência; onde a ilusão de um mundo melhor e a esperança nos lançam em uma aventura repleta de paixão. Paixão por uma mulher...paixão por um povo e pela fé.

Falcones, Ildefonso. A Mão de Fátima. Rocco, 2011. 767 p.

19 comentários:

  1. Nossa adorei, não conhecia o livro mas parece ser ótimo!!! bjos!!!

    http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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  2. Ah meu Deus!!!!!Que resenha!Quero ler esse livro ainda esse ano!Parabéns!Senti o drama da história nessa sua resenha. Adoro livros com temática mais realística e tem mais de 700 páginas (adoro!)...Vou adicionar já à minha lista de desejados. Obrigada por presentear-me com tal resenha. Ou será que deveria ficar enraivecida com você? Afinal com tantos livros que quero ler/ter e com pouco dinheiro no bolso, vem você e põe mais um livro no topo dos que preciso desesperadamente ler o quanto antes, run! kkkk

    brincks.
    kisses ^_^

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  3. ei Hérida, linda resenha.
    eu não conhecia o autor, mas pelo que você escreveu o Ildefonso tem o dom e escreve super bem.
    adorei a cena hot.
    quero ler. ^^

    beijos.

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  4. Ei Hérida,

    Nossa que livro, realmente é bem diferente do que eu imaginava quando vc comentou.

    Fiquei doida para ler, fiquei curiosa demais para saber o que acontece com ele, com a mulher e com o gay la q pega ele rsrs.

    Agora a capa eu achei feia demais :P

    bjoo

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  5. Poxa, fiquei super na vontade. *.*
    Mas aí eu vi que era da Rocco, quanto será que tá custando? =/ hehehe. Ain, um homem que sabe escrever cenas hot's #milagre #milagre hehe, adorei linda. :))

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  6. Olá, Hérida.

    Só pelo título fiquei intrigada e depois da sua impressão a respeito do mesmo deixou-me mais curiosa ainda.

    Não imaginava que fosse assim, ol ivro sempre engana pela capa.

    Adoro enredos que tem o dom de serem inesquecíveis e que nos tocam de alguma forma!

    Muito obrigada pela dica!

    Já adicionando na lista de desejos!

    Beijos.

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  7. Nossa, fiquei encantada com esse livro!
    A quantidade de páginas só me deixou mais desejosa ainda.rs
    Sua resenha demonstra toda a paixão que você sentiu pelo livro. Adorei!
    Com certeza vou querer ler essa história o mais rápido possível.
    Adorei o seu blog.
    Bjos!

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  8. Hérida, acho que irei me proibir de ler as suas resenhas... Sério... já fiquei encantada com esse livro *-* Adoro livros que me fazem sentir como se eu estivesse lá dentro, realmente vivendo a história.

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  9. Hérida,
    Quanta coisa boa vou conhecendo aqui. Juro que ainda não tinha ouvido falar.

    Ficou linda mesmo a resenha =)
    Beijo!

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  10. a resenha ficou perfoO como sempre e realmente me interessei pelo enredo, parece ser encantador... já que a sua empolgação foi bem evidente! XD

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  11. Nossaaaa, que resenha enorme...ehehe mas adorei, nunca tinha ouvido falar nesse livro. Parece emocionante.
    Eu não gostei da capa...
    Fiquei com muita vontade de ler.

    Bjus
    Gisele

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  12. Amiga, agora eu entendi porque vc gostou tanto do livro. E o pior é que eu fiquei querendo ler também :-)

    Bjsssss

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  13. Oi Hérida,
    Sinto muita falta do tempo em que eu podia me dedicar à leitura de um livro de mais de 700 páginas!! rs... Hoje em dia não dá não!! rs...
    Mas adorei sua resenha!
    Beijos
    Camila

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  14. Sabia que amaria essa resenha.
    Vc já havia falado com tanto entusiasmo sobre o livro antes mesmo de ler, que eu pensei: Ou ela Ama ou Odeia. Não haverá meio termo.
    E foi bom demais saber que vc amou.
    Já anotei a dica.
    beijos

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  15. Não conhecia o livro, mas parece ser maravilhoso. Obrigada pela resenha! Mais um para entrar na minha - enorme - lista de livros para ler! rsrs
    Bjs :)

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  16. Belíssima Resenha!!! Fiquei com inveja + uma inveja boa... realizadoooo em lê uma resenha fantástica com essa. Bjs.
    PARABÉNS. HÉRIDA.

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