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Digno de Nota

sexta-feira, 14 de junho de 2013

“ÁGUA NA BOCA” (Andrea Camilleri e Carlo Lucarelli)

(…) A sujeita corre para um automóvel que está do outro lado da rua, e do qual saiu outro careca, um cara corpulento, de barbicha, e também com o parabelo na mão. Todos armados nesta merda, cacete, menos eu.
Assim que grito polícia a sujeita se vira para mim e me dá um tiro, a escrota, e me acerta uma janela da viatura. Eu me cago de medo, é natural, mas sou um policial, o que estou fazendo aqui?…
p. 89
~~~*~~~
Sinopse:
Após um encontro entre os dois escritores para a gravação de um documentário, eles aceitam o desafio proposto por seu editor: escrever um livro a quatro mãos, em que cada um fosse criando, alternadamente, as partes da trama.

O que começou apenas como uma obra colaborativa, se tornou, ao longo dos meses, uma partida de xadrez – palavras do próprio editor. Camilleri e Lucarelli enviavam o texto ao parceiro sempre num momento em que dificultasse a continuação por parte do adversário. A comunicação entre eles ocorria por meio de cartas e faxes – em que utilizavam fotos, colagens, textos escritos à mão e datilografados. Em determinados momentos, segundo eles próprios, foi extremamente complicado sair da situação criada pelo outro.

Água na boca é, portanto, o resultado de um duelo travado entre dois mestres detentores de técnicas distintas de escrita e que conquistaram milhões de leitores ao redor do mundo.

O que põe Montalbano e Grazia em contato é um insólito homicídio ocorrido em Bolonha: a vítima é encontrada com um saco plástico cobrindo-lhe a cabeça. No piso, ao lado do cadáver, há três peixinhos vermelhos. O caso está nas mãos de Grazia Negro, a qual, tendo descoberto que a vítima era originária de Vigàta, pede ajuda ao colega siciliano. Mas até que ponto Montalbano estará disposto a entrar no jogo e acompanhar Grazia numa investigação que se anuncia perigosíssima e é abertamente hostilizada pelos superiores de ambos?
~~~*~~~
Água na boca de Andrea Camilleri e Carlo Lucarelli é um romance policial que me surpreendeu pela originalidade. Decidi não revelar o conteúdo da trama policial, pois ela é tão simples e curta que eu acabaria soltando algum spoiler. A descrição exposta na sinopse está na medida certa, pois esclarece as circunstancias que uniram os dois autores no projeto de escreverem juntos e dá um vislumbre do enredo, mas sem revelar os pormenores.

O que mais chamou minha atenção no livro foi sua construção. Por mais incrível que possa parecer, Água na Boca é um romance policial epistolar. Composto não por só por cartas trocadas entre os protagonistas, mas também por relatórios policiais, declarações de testemunhas, artigos de jornais, telegramas, fotos e etc. Interessante foi perceber na narrativa os desafios inseridos nas cartas, sem falar no tom de troça que permeia todo o texto. A história é contada com humor, em alguns momentos chegando a zombaria. Escrever Água na Boca foi um exercício, uma brincadeira divertida entre os autores.
Na verdade, não há um mistério a ser desvendado, pois o assassino é descoberto logo após um acanhado início de averiguação das pistas. Assim, também não há motivação para uma investigação mais apurada. Água na Boca é um livro leve, com uma investigação não autorizada que mais parece um passatempo, culminando numa resolução rápida e óbvia. É muito divertido, principalmente pelo texto espirituoso, mas foi praticamente impossível levá-lo a sério. Confesso que dei boas risadas.

Acredito que eu teria aproveitado mais a leitura se já tivesse lido algum livro de Camilleri e Lucarelli. Pois fica claro que os autores partem do pressuposto que o leitor já conheça seus personagens. O comissário Salvo Montalbano, por exemplo, é protagonista de uma série homônima de Andrea Camilleri que conta com mais de dez livros publicados na Coleção Negra pela Editora Record. E eu não li nenhum!! Infelizmente, Carlo Lucarelli não teve nenhum livro publicado anteriormente por aqui.

Leia tendo em mente que Água na Boca é um livro despretensioso, cujo objetivo é o entretenimento. Então, não espere muito da trama policial.

Camilleri, Andrea. Lucarelli, Carlo. Água na Boca. Bertrand, 2013. 108 p.

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