(…) Diga-me que não vê meu rosto quando ele a possui. Com que freqüência você precisa se convencer de que o ama? Que está feliz nesse seu mundinho seguro e entediante? Diga-me, cotovia, a quem está se esforçando para convencer, a mim, ou a você própria?…
– Agora que a tenho em meus braços outra vez, você realmente quer estar em outro lugar? Você não pode negar que me deseja, pois seu corpo a desmentirá. Se meus dedos a tocassem intimamente agora, a descobririam úmida. Por Deus, cotovia, preciso de você!
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– Agora que a tenho em meus braços outra vez, você realmente quer estar em outro lugar? Você não pode negar que me deseja, pois seu corpo a desmentirá. Se meus dedos a tocassem intimamente agora, a descobririam úmida. Por Deus, cotovia, preciso de você!
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O arquiduque Varek Von Vischering era o último de sua linhagem. Assim, cabia-lhe providenciar um herdeiro para manter o grão-ducado de Austenburg e evitar sua dissolução. Mas para Varek nada disso importava. Ele queria que sua dinastia, sua fortuna e os habitantes do ducado fossem para o inferno. Nada, nem ninguém, era mais importante que sua amada esposa, Christina.
Após dez anos de casamento e seis abortos, o destino do casal havia sido selado. Christina era incapaz de levar uma gravidez a termo e a tensão – causada pela falta de um herdeiro – estava alterando os ânimos dos súditos de Austenburg. Essa gente, acostumada à riqueza que o ducado lhes proporcionava, jamais permitiria que um útero árido os atrapalhasse.
Se não fosse pela ameaça de que algum rebelde acabasse matando Christina, Varek abriria mão de tudo. Mas isso não seria possível. O arquiduque foi forçado a descartar sua esposa, tentando convencer-se de que era pelo seu próprio bem. Após se divorciar de Christina, Varek se casaria novamente…
Christina jamais seria capaz de ver seu amado tomar outra mulher como esposa. Então, ela foge para longe desse tormento. Consumida pela dor, Christina pensa em acabar com a própria vida, mas acaba encontrando conforto nos braços de outro homem.
Agora, morando na Inglaterra, Christina leva uma vida pacata ao lado do segundo marido. Mas tudo muda quando ela o acompanha a um importante congresso em Viena, onde o destino a colocará frente a frente contra algo que não pode lutar. Christina terá que enfrentar os fantasmas de seu passado e ser forte ao reencontrar o amor que jamais esquecera…
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Faz tempo que não lia um romance de banca e, após uma série de leituras densas, decidi me aventurar com Vestígios do Passado de Wendy Burge. O livro foi muito bem recomendado, mas eu não esperava encontrar uma história de amor tão intensa e emocionante.
Apesar de não ser um romance sensual, Vestígios do Passado cativa o leitor pela paixão avassaladora e pela promessa de uma união muito desejada. O amor entre Varek e Christina é algo imensurável e que beira o desespero. Em alguns momentos me senti angustiada com tanta tensão sexual reprimida em torno do casal. Mas a cena em que Varek e Christina, finalmente, fazem amor compensa toda a espera… é sensual e terna ao mesmo tempo.
Varek é perfeito. Um homem elegante, afinal ele é arquiduque, mas não possui um ar arrogante. Pelo contrário, Varek tem um jeito todo maroto de ser. Com seu olhar cheio de malicia, sua fala doce e gestos que transmitem desejo, ele me deixou suspirando por horas.
Porém, o desfecho do livro foi um tanto esquisito. Não vou negar... Reli o último capítulo umas três vezes antes de me conformar que era aquilo mesmo. O final não é ruim, mas é vago demais, ao ponto de deixar brecha para interpretações equivocadas. O leitor deve ler o desfecho com muito carinho e cuidado para não ter uma impressão errada.
Vestígios do Passado conta uma história de amor belíssima. Não sou uma leitora que se emociona facilmente, mas dessa vez devo confessar… eu chorei. Leitura obrigatória para as fãs de romances.
Burge, Wendy. Vestígios do Passado. Nova Cultural, 2004. 320 p. (CHE - 197)
