– Cometi alguns erros quando era jovem e paguei caro por eles. Comecei de baixo e precisei trabalhar duro para conseguir vencer. Não tive nenhuma ajuda, mas consegui.
– E quantas pessoas você magoou ao longo do caminho?
– Nenhuma depois que comecei a levar a vida a sério, mas muitas antes disso – admitiu Carter. (...) p.48
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Jéssica é a herdeira de Crosslyn Rise, uma propriedade localizada na costa norte de Massachusetts. O local, composto por imponentes jardins, lagos e uma mansão belíssima, porém decadente, corre o risco de ser perdido após cinco gerações. Sem manutenção e atolada em dívidas, Jéssica precisa encontrar uma maneira de preservar a propriedade sem que seu esplendor original seja ofuscado. Vender para qualquer investidor não é uma opção: Jéssica não suporta a ideia de que a propriedade caia nas mãos de gananciosos e sente a necessidade de garantir que a história de Crosslyn Rise seja respeitada. A única solução viável é transformar a propriedade em um condomínio, com casas que sigam o mesmo estilo arquitetônico da mansão, preservando toda a natureza ao redor.
Para isso, ela precisa supervisionar e liderar o projeto.
Com a ajuda de um banqueiro amigo da família, Jéssica contrata o arquiteto Carter Malloy para o trabalho. No entanto, eles possuem um passado conturbado, e as lembranças desagradáveis de Carter, quando ambos eram adolescentes, fazem com que ela hesite em trabalhar com ele. O reencontro, porém, não ocorre como Jéssica imaginava. Ela logo percebe que Carter mudou. Agora, ele é um homem bonito, gentil e arrependido de seu comportamento no passado.
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Primeiro volume da Trilogia da Esperança de Barbara Delinsky, Sonhos é um romance leve e despretensioso que cativa o leitor com sua trama simples e envolvente. Publicado pela primeira vez em 1999 pela editora Nova Cultural, no formato de livro de banca, Sonhos ganhou uma nova roupagem em 2007, com uma edição de livraria publicada pela Harlequin Books.
Confesso que Jéssica é uma personagem que me tirou do sério. Ela é descrita como uma mulher cheia de melindres, que transforma toda experiência ruim do passado em algo de proporções gigantescas. Mesmo sabendo que Carter era apenas um garoto imaturo na época, ela insiste em relembrar e apontar seus erros.
Já Carter se mostra paciente e disposto a dar o tempo necessário para que Jéssica perceba que ele não é mais aquele adolescente impulsivo e arrogante. O envolvimento do casal protagonista se desenvolve de maneira lenta. Enquanto Jéssica demora a acreditar na mudança de Carter, ele se esforça para convencê-la de que é um homem diferente.
O enredo contém clichês bem batidos, principalmente na forma como retrata a protagonista: aquela mulher “difícil de conquistar”, traumatizada por relacionamentos do passado ou que só vai descobrir o prazer quando encontrar o “homem certo”. Esse tipo de caracterização pode ser um pouco irritante atualmente. Talvez, na época em que o livro foi escrito esse tipo de narrativa funcionasse, mas hoje soa ultrapassado. Sonhos é um romance "água com açúcar" digno dos saudosos romances de banca.
Previsível, mas que nos prende pela leveza e fluidez. Se você procura uma leitura rápida e despretensiosa, daquelas que são ótimas para arejar a mente e se distrair, Sonhos cumpre bem esse papel.
