"O CÓDIGO DOS JUSTOS" (Sam Bourne)

Segundo a lenda Hassídica, em todas as gerações há 36 homens justos aos olhos de Deus, servem ao bem da humanidade, são desconhecidos , são homens comuns, pecadores que não procuram realizações pessoais, e não sabem que são a salvação da humanidade perante a ira de Deus. Eles são a justificativa para que Deus não destrua a todos nós.

Se um dos justos perecer, e Deus não for capaz de encontrar alguém humilde, sincero, e de coração puro para substitui-lo, então....o mundo acabará imediatamente!

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Ao som de "O Messias" de Handel, a catedral de Manhattan estremeceu. Will Monroe e seu pai ouviam extasiados, quase em transe, o som do coral. Mas, uma mensagem trouxe Will de volta à realidade...trabalho! 

Ainda era um jornalista novato na redação do New York Times, e não podia recusar um chamado de última hora. Iria cobrir seu primeiro caso de homicídio, e estava decidido que faria um bom trabalho. A vitima era um cafetão, e o caso estava sendo conduzido pela policia como mais uma morte por vingança ou rixa. Will resolveu investigar, e descobriu algo interessante...o cafetão não era um homem mau, pelo contrario, havia realizado um ato de extrema bondade. Era um pecador, mas também era um homem justo.

Após a cobertura desse primeiro assassinato, Will foi designado a outro. Notou que a vitima desse novo homicídio também havia realizado um ato de justiça.

Estão assassinando homens justos! Quantos ainda serão mortos? 

Mas sua percepção aguçada o colocaria em maus lençóis. Uma mensagem anônima transformou sua vida em um inferno, e ele se deparou com uma trama cruel e insana... "Estamos com sua mulher. Não chame a policia, ou se arrependerá. Para sempre" 

Desesperado, Will recorre um amigo expert em computação, Tom, e pede que rastreie a mensagem para tentar descobrir quem sequestrou sua esposa, Beth. Na procura por respostas, Will encontra inimigos dispostos a tudo para impedir seu progresso, mas também encontra um inesperado aliado. Não sabe quem pode ser, mas alguém está lhe enviado mensagens ocultas em charadas. 

Quando se dá conta, Will está envolvido em uma conspiração sem precedentes. A enigmática Cabala o leva de encontro a uma seita fanática, e a descoberta de uma profecia milenar a qual prevê que o fim do mundo pode estar próximo.

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Imagine um suspense que tem como pano de fundo o misticismo do judaísmo hassídico, as lendas contidas no Talmude, e os ensinamentos da cabala. Não é instigante?

Sempre procuro por autores diferentes, e este é o primeiro livro de Sam Bourne que leio. O livro é farto em suspense, aventura, e intrigas. Possui uma narrativa gostosa, mas cheia de charadas e enigmas para serem decifrados. A atenção ao ler é fundamental, caso contrario, muitos detalhes significantes passarão despercebidos. 

Sam Bourne é constantemente comparado a Dam Brown. Li várias criticas em relação ao livro, sempre sendo comparado ao Código da Vinci. Não suporto esse tipo de comparação, mas se é para fazê-las... eu gostei mais de "O Códigos dos Justos" do que o último livro de Dam Brown, O Símbolo Perdido. 

Bourne construiu personagens carismáticos e cheios de mistérios pessoais. Eles são mais realistas, possuem fraquezas, medos, e dificuldade em prosseguir com a investigação.

Will é um homem comum, que é arrastado para um mundo irreal. Não tem habilidades excepcionais, e por isso, precisa da ajuda de amigos. Agora TC, foi um presente. Ela é um personagem secundário, mas simplesmente rouba todas as cenas do livro. Inteligente, competente, apaixonada pela vida e que esconde seu passado de todos. Seu verdadeiro nome só é revelado próximo ao desfecho da trama. 

É um desafio para o leitor decifrar todos os códigos e enigmas contidos neste thriller. Para mim, foi impossível descobrir o que realmente estava acontecendo, ou quem estaria por trás de todo o mistério. Quando pensava que estava prestes a fazer uma descoberta, um novo enigma era apresentado. O mais surpreendente foi o final, eu realmente não esperava um desfecho tão eletrizante. 

Para alguns, o livro pode ser considerado comercial, ou clichê, mas eu adoro a combinação de aventura e suspense.