Alguém realmente conhecia o próprio filho? Filhos eram pequenos estranhos, sempre mudando, desaparecendo e se reapresentando aos pais.
P. 59
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Sinopse:
Pequenas Grandes Mentiras conta a história de três mulheres, cada uma delas diante de uma encruzilhada. Madeline é forte e decidida. No segundo casamento, está muito chateada porque a filha do primeiro relacionamento quer morar com o pai e a jovem madrasta. Não bastasse isso, Skye, a filha do ex-marido com a nova mulher, está matriculada no mesmo jardim de infância da caçula de Madeline.
Celeste, mãe dos gêmeos Max e Josh, é uma mulher invejável. É magra, rica e bonita, e seu casamento com Perry parece perfeito demais para ser verdade. Celeste e Madeleine ficam amigas de Jane, a jovem mãe solteira que se mudou para a cidade com o filho, Ziggy, fruto de uma noite malsucedida.
Quando Ziggy é acusado de bullying, as opiniões dos pais se dividem. As tensões nos pequenos grupos de mães vão aumentando até o fatídico dia em que alguém cai da varanda da escola e morre. Pais e professores têm impressões frequentemente contraditórias e a verdade fica difícil de ser alcançada.
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Pequenas Grandes Mentiras, de Liane Moriarty, foi minha estreia com a autora e, infelizmente, não fui conquistada por sua narração. O livro é bom, mas a evolução do enredo não foi atraente para mim.
Sabemos desde o princípio que alguém foi assassinado. Esse é o pontapé inicial do mistério que alicerça a trama, entretanto para o leitor entender o que levou a esse incidente, Moriarty retrocede no tempo e apresenta ao leitor a história de três mulheres – Madeline, Celeste e Jane. A narração é intercalada entre as personagens e, assim, passamos a conhecê-las de forma mais íntima.
O pano de fundo da história explora o cotidiano familiar de mulheres comuns e como mal-entendidos, intrigas e mentiras que parecem de pouca importância podem se transformar em algo desastroso. Mães querendo resguardar seus filhos pequenos no ambiente escolar e protegê-los de adversidades. O que poderia ser caracterizado como uma história sobre a rivalidade e mexericos entre mulheres, pouco a pouco evolui para algo mais complexo. Um incidente entre crianças e uma mentira inocente tira todos os envolvidos dos eixos, transformando tal evento em um gatilho para grandes desentendimentos e inimizades.
Entremeado a esse tema, Liane Moriarty esmiúça a vida privada e o dia a dia das personagens. Somos apresentados a relatos de violência doméstica, agressão sexual e moral, infidelidade, conflitos entre pais e filhos e bullying...
Assuntos batidos na literatura, mas que se bem conduzidos são extremamente interessantes. Entretanto, a autora divagou demais. Na tentativa de manter a chama do mistério acesa, Moriarty destrinchou o cotidiano das personagens em demasia. O que era para ser intrigante, se transformou em algo maçante.
Porém, nos capítulos finais ela acelera o ritmo e a história se torna mais ágil e interessante. Confesso que o desfecho me surpreendeu, não pela identidade do morto – que era previsível até – mas pelo cenário apresentado, as revelações inesperadas e o autor do assassinato.
Pequenas Grandes Mentiras não foi um livro que me cativou por completo, mas é um bom livro. Uma ótima pedida para fãs de romances repletos de suspense e segredos.